Do Turismo Negro ao Turismo Cemiterial
OBJECTIVOS DA FORMAÇÃO
O Turismo, quer internacionalmente, quer no que diz respeito a Portugal, continua a alargar-se cada vez mais no seu âmbito. Aquilo que eram nichos claramente residuais há alguns anos, são hoje vertentes turísticas em crescimento mais acelerado que o do próprio Turismo à escala mundial. Entre estes nichos, destacam-se o Turismo Negro e o Turismo Cemiterial.
Actualmente, é frequente encontrarmos cidades com oferta de diferentes produtos turísticos em que se apela ao macabro, ao bizarro, ao misterioso, ou ao assombrado. Além disso, monumentos e sítios ligados a conhecidos eventos sangrentos ou traumatizantes passaram a ter um público cada vez mais abrangente. Há cemitérios destacados nos itinerários urbanos de cidades que, durante décadas, viveram sobretudo de outros produtos turísticos. Localidades existem em que o cemitério tornou-se já o seu principal activo turístico.
Embora possam ser catalogados como sub-produtos do Turismo Cultural, o Turismo Negro e o Turismo Cemiterial não só não são uma mesma coisa, como assumem características muito próprias, às quais as entidades detentoras dos respectivos monumentos e sítios, e os próprios operadores turísticos, têm tentado adaptar-se. Porém, há ainda muito por fazer e um potencial enorme por aproveitar.
Neste curso livre - que foi o primeiro do género a ser realizado em Portugal e um dos primeiros no mundo - dois reconhecidos especialistas abordam o Turismo Negro e o Turismo Cemiterial numa perspectiva teórico-prática.
A formação foi concebida para responsáveis por valores patrimoniais e/ou atracções turísticas com ligações à morte e ao sofrimento, responsáveis por cemitérios históricos, operadores e guias turísticos em geral, estudantes e investigadores na área do Turismo, bem como outros eventuais interessados.
PROGRAMA
Módulo 1 – Turismo Negro (por Belmira Coutinho)
1.1 Turismo Negro – reflexões teóricas
- Perspectivas de abordagem conceptual: procura vs oferta, motivação vs atracção, propostas integradas.
- Complexidade e especificidade do Turismo Negro: espectro de atracções, universalidade vs localidade da morte e do sofrimento.
- Turismo Negro como lugar de tensões
1.2 Turismo Negro – implicações para a prática turística
- Considerações éticas e culturais
- Marketing e gestão de destinos e atracções turísticas
- O papel fundamental da interpretação
- Exercício de aplicação à prática individual
Módulo 2 - Turismo Cemiterial (por Francisco Queiroz)
2.1 Turismo Cemiterial: a teoria
- Quando começaram os cemitérios a ser destinos turísticos e porquê.
Cemitério histórico = lugar de deposição de restos mortais + espaço de visita e passeio + lugar musealizado ou musealizável (no todo ou em parte).
- Como se processou a evolução do turismo cemiterial até à actualidade.
- Qual o ponto da situação do Turismo Cemiterial no mundo (o que tem sido feito nos últimos anos, e onde, quais as propostas mais inovadoras).
- Turismo Cemiterial em Portugal - cemitérios com maior potencial e público(s)-alvo.
- Análise SWOT do Turismo Cemiterial (vantagens e desvantagens, possibilidades e riscos)
2.2 Turismo Cemiterial: a prática
Notas sobre como deve ser conduzida uma visita.
Esta formação complementa e é complementada pela formação Arte Cemiterial.
FORMADORES
Belmira Coutinho é doutoranda do Programa Doutoral em Estudos Culturais da Universidade de Aveiro e da Universidade do Minho, Mestre em Gestão e Planeamento em Turismo pela Universidade de Aveiro e Licenciada em Turismo pela Universidade do Algarve. A sua dissertação "Há Morte nas Catacumbas? Um estudo sobre Turismo Negro" foi a primeira de mestrado em Portugal sobre este tema, e a primeira a traduzir do inglês os principais conceitos teóricos do Turismo Negro. A sua tese de doutoramento (em finalização) intitula-se “Turismo e Morte: mediação, discursos, e tecnologias de linguagem”. Será a primeira em Portugal a debruçar-se sobre os interfaces do Turismo Negro com as Políticas de Memória, a Comunicação, e o regime ditatorial português.
Francisco Queiroz é investigador do ARTIS (Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa) e do CEPESE - Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade (Universidade do Porto), onde é membro da Direcção e onde foi coordenador adjunto do Grupo de Investigação "Património, Cultura e Turismo". Foi docente do curso de Arquitectura da Escola Superior Artística do Porto durante quinze anos, nas áreas da História da Arquitectura e do Urbanismo. Mais recentemente, colaborou com a Universidade dos Açores como docente convidado nas áreas da História e da História da Arte. É reconhecido como o maior especialista português sobre Arte Tumular do Romantismo, tendo concluído cumulativamente mestrado (1997), doutoramento (2003) e pós-doutoramento (2014) sobre esse tema. É também o mais experiente guia de cemitérios em Portugal e presumivelmente o único, a nível internacional, que conduziu visitas em cemitérios de várias cidades e regiões num mesmo país, perfazendo já quinze cemitérios diferentes. Autor de algumas brochuras turísticas sobre cemitérios, foi o principal responsável pela pesquisa que levou à inclusão dos primeiros cemitérios portugueses na lista da ASCE - Association of Significant Cemeteries in Europe, assim como pela classificação do Cemitério da Lapa (no Porto) como Imóvel de Interesse Público. É autor do livro "O Cemitério de Viana do Castelo: História, Arte, Património" (2017) e do livro "O Cemitério da Lapa" (2021).
O Turismo, quer internacionalmente, quer no que diz respeito a Portugal, continua a alargar-se cada vez mais no seu âmbito. Aquilo que eram nichos claramente residuais há alguns anos, são hoje vertentes turísticas em crescimento mais acelerado que o do próprio Turismo à escala mundial. Entre estes nichos, destacam-se o Turismo Negro e o Turismo Cemiterial.
Actualmente, é frequente encontrarmos cidades com oferta de diferentes produtos turísticos em que se apela ao macabro, ao bizarro, ao misterioso, ou ao assombrado. Além disso, monumentos e sítios ligados a conhecidos eventos sangrentos ou traumatizantes passaram a ter um público cada vez mais abrangente. Há cemitérios destacados nos itinerários urbanos de cidades que, durante décadas, viveram sobretudo de outros produtos turísticos. Localidades existem em que o cemitério tornou-se já o seu principal activo turístico.
Embora possam ser catalogados como sub-produtos do Turismo Cultural, o Turismo Negro e o Turismo Cemiterial não só não são uma mesma coisa, como assumem características muito próprias, às quais as entidades detentoras dos respectivos monumentos e sítios, e os próprios operadores turísticos, têm tentado adaptar-se. Porém, há ainda muito por fazer e um potencial enorme por aproveitar.
Neste curso livre - que foi o primeiro do género a ser realizado em Portugal e um dos primeiros no mundo - dois reconhecidos especialistas abordam o Turismo Negro e o Turismo Cemiterial numa perspectiva teórico-prática.
A formação foi concebida para responsáveis por valores patrimoniais e/ou atracções turísticas com ligações à morte e ao sofrimento, responsáveis por cemitérios históricos, operadores e guias turísticos em geral, estudantes e investigadores na área do Turismo, bem como outros eventuais interessados.
PROGRAMA
Módulo 1 – Turismo Negro (por Belmira Coutinho)
1.1 Turismo Negro – reflexões teóricas
- Perspectivas de abordagem conceptual: procura vs oferta, motivação vs atracção, propostas integradas.
- Complexidade e especificidade do Turismo Negro: espectro de atracções, universalidade vs localidade da morte e do sofrimento.
- Turismo Negro como lugar de tensões
1.2 Turismo Negro – implicações para a prática turística
- Considerações éticas e culturais
- Marketing e gestão de destinos e atracções turísticas
- O papel fundamental da interpretação
- Exercício de aplicação à prática individual
Módulo 2 - Turismo Cemiterial (por Francisco Queiroz)
2.1 Turismo Cemiterial: a teoria
- Quando começaram os cemitérios a ser destinos turísticos e porquê.
Cemitério histórico = lugar de deposição de restos mortais + espaço de visita e passeio + lugar musealizado ou musealizável (no todo ou em parte).
- Como se processou a evolução do turismo cemiterial até à actualidade.
- Qual o ponto da situação do Turismo Cemiterial no mundo (o que tem sido feito nos últimos anos, e onde, quais as propostas mais inovadoras).
- Turismo Cemiterial em Portugal - cemitérios com maior potencial e público(s)-alvo.
- Análise SWOT do Turismo Cemiterial (vantagens e desvantagens, possibilidades e riscos)
2.2 Turismo Cemiterial: a prática
Notas sobre como deve ser conduzida uma visita.
Esta formação complementa e é complementada pela formação Arte Cemiterial.
FORMADORES
Belmira Coutinho é doutoranda do Programa Doutoral em Estudos Culturais da Universidade de Aveiro e da Universidade do Minho, Mestre em Gestão e Planeamento em Turismo pela Universidade de Aveiro e Licenciada em Turismo pela Universidade do Algarve. A sua dissertação "Há Morte nas Catacumbas? Um estudo sobre Turismo Negro" foi a primeira de mestrado em Portugal sobre este tema, e a primeira a traduzir do inglês os principais conceitos teóricos do Turismo Negro. A sua tese de doutoramento (em finalização) intitula-se “Turismo e Morte: mediação, discursos, e tecnologias de linguagem”. Será a primeira em Portugal a debruçar-se sobre os interfaces do Turismo Negro com as Políticas de Memória, a Comunicação, e o regime ditatorial português.
Francisco Queiroz é investigador do ARTIS (Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa) e do CEPESE - Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade (Universidade do Porto), onde é membro da Direcção e onde foi coordenador adjunto do Grupo de Investigação "Património, Cultura e Turismo". Foi docente do curso de Arquitectura da Escola Superior Artística do Porto durante quinze anos, nas áreas da História da Arquitectura e do Urbanismo. Mais recentemente, colaborou com a Universidade dos Açores como docente convidado nas áreas da História e da História da Arte. É reconhecido como o maior especialista português sobre Arte Tumular do Romantismo, tendo concluído cumulativamente mestrado (1997), doutoramento (2003) e pós-doutoramento (2014) sobre esse tema. É também o mais experiente guia de cemitérios em Portugal e presumivelmente o único, a nível internacional, que conduziu visitas em cemitérios de várias cidades e regiões num mesmo país, perfazendo já quinze cemitérios diferentes. Autor de algumas brochuras turísticas sobre cemitérios, foi o principal responsável pela pesquisa que levou à inclusão dos primeiros cemitérios portugueses na lista da ASCE - Association of Significant Cemeteries in Europe, assim como pela classificação do Cemitério da Lapa (no Porto) como Imóvel de Interesse Público. É autor do livro "O Cemitério de Viana do Castelo: História, Arte, Património" (2017) e do livro "O Cemitério da Lapa" (2021).